terça-feira, 14 de setembro de 2010

ORAÇÃO AO MEU ANJO DA GUARDA

Anjo da Guarda que velas por mim dia e noite, que me sussurras aos ouvidos as respostas às perguntas que me fazem ou que eu própria me coloco. Eu preciso da Tua protecção para que a minha caminhada seja calma e tranquila. Cuida da minha alma do meu corpo e da minha mente. Ajuda-me por favor para que não julgue com maus juízos os meus semelhantes. Faz com que os meus conselhos sejam sempre proveitosos para quem os ouça e os siga. Que à minha volta todos sejam maravilhosos e me ajudem a atingir os meus objectivos e que eles visem sempre a harmonia, a paz e o amor. Que as minhas palavras sejam dignas e que eu sempre consiga ver o lado positivo de todos os acontecimentos. Mas se por acaso meu Anjo não seguir o caminho da rectidão, adverte-me para que eu a ele retorne e só aja em função do bem e consiga enxergar e corrigir os meus actos. Te peço que me ajudes a cuidar da minha família, eu preciso deles e eles precisam de mim, faz com que sejam rectos, justos e consigam prover todas as suas necessidades. Anjo da Guarda, humildemente TE agradeço todas as bênçãos que me dás, algumas das quais às vezes nem sequer compreendo e que são enviadas por Ti. Ajuda-me a superar as minhas fragilidades e inseguranças e faz que a cada dia encontre formas de louvar e dar Graças ao nosso CRIADOR.
LuzG

GRILO

Parece anedótico, mas estou a ser atormentada por um grilo. Eu passo a explicar, vivo num prédio num 7º andar e todas as noites custa-me a adormecer, tudo por culpa de um grilo que há quase uma semana foi residir para tão grande altura e todas as noites faz-me serenatas horas a fio, eu bem abro os estores e investigo as paredes exteriores, mas o espertinho cala-se e ainda não consegui vislumbrá-lo. Com tanta cantoria, eu que ao mínimo barulho acordo, não tenho conseguido adormecer, eu bem tento, mas o bichinho passa o tempo a fazer gri-gri que eu demoro horas até finalmente adormecer cansada. Eu que tenho como filosofia de vida não matar animais, sinto-me á beira de um ataque de nervos e com vontade de afugentá-lo no mínimo para bem longe.
LuzG

QUEM É O MAIS IMPORTANTE?

Conto
Numa terra muito distante existia uma quinta que tinha uma linda e grande mansão com muitas divisões, todas elas recheadas de objectos maravilhosos. A rodear a casa havia um jardim, com flores de muitas espécies, havendo em maior número e em todas as cores as tulipas, e por esse motivo os donos lhe deram o nome de Quinta das Tulipas. Lá tudo era deslumbrante e mágico e as flores, as árvores e a casa falavam entre si. E num dia como tantos outros, as tulipas começam a conversar e perguntam à grande casa:
“Ó mansão, porque é que tens sempre os olhos fechados?”
A qual dá um grande suspiro e diz:
“Querem dizer as minhas janelas?”.
Respondem-lhe as tulipas em coro:
“Tanto faz, respondem-lhe e soltam risos trocistas.”
A grande casa que há já muito tempo se sentia aborrecida, respondeu às flores.
“Deviam ter vergonha, estão a troçar de mim. Eu que sou a mais importante desta quinta, tudo o resto é secundário e apesar dos meus proprietários só cá virem de vez em quando, tenho a certeza que estou sempre nos seus pensamentos.
Fez-se silêncio por alguns minutos e a casa pensou para consigo.
“Elas sabem que eu tenho razão, ninguém ousa me desafiar. Pode ser que agora deixem de me aborrecer, pensam que por serem muitas conseguem deixar-me sem palavras.”
Mas a seguir começou a ouvir uns sussurrantes cochichos, as tulipas conferenciavam entre si, até que lhe disseram:
“Não concordamos, com o que disseste, todos somos importantes, tu casa, nós e demais flores, as árvores, os animais, as aves e insectos, todos fazemos parte desta quinta e por conseguinte fazemos parte do espólio desta quinta. Mas por outro lado de certeza que os proprietários valorizaram-nos, nós com certeza somos as mais importantes a quinta até tem o nosso nome.”
E a partir deste comentário foi um pandemónio geral, cada flor afirmava que era a mais bela e rara e por isso era a mais preciosa e com mais importância que existia na quinta, até as árvores reclamavam, pois eram árvores seculares e já tinham vivido muito, por esse motivo consideradavam-se as mais valiosas e importantes. Passado algumas horas, depois de grandes discussões e de uma algazarra enorme, o solo gritou no seu vozeirão para se fazer ouvir:
Calem-se, estão todas com as manias das grandezas, que eu saiba todos nós sem excepção somos importantes. Lembrem-se que eu sou a base para tudo o que esta quinta tem, mas a casa é o abrigo das pessoas que vêm cá morar ou passar férias, vocês grandes árvores, dão sombras e frutos e vós flores a vossa função é irradiarem beleza calma e paz. Por isso devem perceber e prestar atenção que nós todos somos importantes porque nos equilibramos e harmonizamos para que os homens aqui se sintam bem, com alegria e felizes.
LuzG

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A ÁRVORE

Conto: Inspirado na observação de uma árvore que existe numa lezíria...

Há minha volta existe uma imensidão de terra e só do cimo dos meus troncos e ramos mais altos se avista muito ao longe um rio. Nasci há muitos anos de uma semente, fui trazida pelo vento que me depositou aqui, a acção da chuva fez com que me afundasse na lama, e assim desci fundo no coração da Mãe Terra que me ajudou a criar raízes e a fortalecer. Ao mesmo tempo que me cravava bem fundo na profundidade do subsolo, também fui rompendo a terra, emergi da escuridão, cresci em altura, e comecei a ver a luz do dia, desde que o sol despontava até que chegava ao ocaso. A seguir escurecia e o dia dava lugar à noite na qual surgia a lua com as suas diferentes fases lunares. Eu observava atentamente tudo o que me rodeava e também as transformações que iam acontecendo comigo, da semente pequenina que fui, tudo mudou, passaram dias, meses e anos e eu fui crescendo em direcção ao céu, tive a sorte de cair num solo fértil, a chuva ajudou-me e continua a ajudar-me a ser cada vez mais forte, o sol colaborou e ainda colabora para eu ser digna e merecedora de admiração dos homens que raramente vêem até aqui. Hoje sou uma GRANDE árvore, frondosa, tenho um tronco enorme castanho e muitos ramos e folhas verdes brilhantes, a grandiosa sombra da minha copa é sempre útil para as aves ou animais que querem descansar e refrescar-se antes de baterem asas ou moverem-se até outras paragens. De tempos a tempos surgem por aqui alguns caçadores para praticarem o seu desporto favorito, (dizem eles), mas cá para mim é terrível ver como matam animais e aves indefesas, (algumas espécies são nativas, outras vêm de outros países apenas para passarem cá o tempo suficiente para procriarem e assim contribuírem para haver uma renovação das espécies) não é justo que sejam dizimadas por pessoas sem o mínimo de escrúpulos que não respeitam as leis que determinam que alguns animais e aves estão em vias de extinção e por esse motivo é interdita caçá-las e alvejam e abatem indiscriminadamente as espécies que nidificam nestas terras. Tudo à minha volta é observado por mim, apesar de estarem distantes consigo ver os pescadores no rio, alguns fazem-no por necessidade e levam para casa o sustento para eles e para as suas famílias, outros há que a pesca é um desporto para verem quem consegue o maior e o mais pesado peixe, depois atiram-nos os mais pequenos novamente à água, ficando geralmente com os maiores para embalsamarem e mostrarem os seus troféus e medalhas, (que crueldade, dá que pensar que os humanos na sua grande maioria, não são bons cuidadores das espécies que co-habitam com eles no planeta, em vez de preservarem a biodiversidade que existe, delapidam-na e contribuem para a sua extinção). Se os humanos, não protegem, nem o reino animal, nem o reino vegetal, qual será o futuro de todas as espécies com vida (incluindo a raça humana) que existem no planeta azul, porque a vida de todos estão interligadas e se não há empenho e formas de acabarem com as transgressões causadas pela ganância e pelos lucros fáceis da chamada raça superior então as gerações vindouras serão seriamente afectadas pela poluição, pela escassez de alimentos e de água potável e pelo surgimento de doenças e epidemias e de alterações de efeitos climáticos. Mas isto são só devaneios de uma árvore que é única nestes campos, se eu tivesse o dom de conseguir falar gritaria bem alto atenção HUMANIDADE, cuida do teu futuro e da Natureza deste lindo planeta que se chama Terra.
LuzG

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CONHECI-TE

Reflexão:
Um dia, há muito e muito tempo, conheci-te. Estavas com um grupo de jovens, rapazes e raparigas da tua turma, eu cheguei vinha também com colegas de escola e houve um cruzar de olhares, houve uma energia que fluiu entre nós. Apesar de ter sido um momento mágico, não nos falamos, não quebramos o silêncio, mas de vez em quando observávamo-nos mutuamente. Naquele tempo ainda se estudava ao Sábado, foi à tarde, eu, tu e todos os demais estávamos numa paragem, esperávamos o autocarro para regressarmos a casa. Houve um atraso e a espera foi longa, entretanto chegou um pedinte, a estender as mãos a quem o ajudasse e apesar de lá estarem muitas pessoas, só tu e eu é que lhe demos 2 moedas. Os nossos colegas comentaram, que eu e tu tínhamos bons corações porque fomos os únicos a ser generosos. E daí surgiu a oportunidade para o diálogo entre nós. Disseste-me o teu nome, disse-te o meu, tínhamos a mesma idade, estudava-mos no mesmo estabelecimento de ensino, apesar de pertencermos a turmas diferentes e a diferentes anos de ensino. A partir desse encontro, tudo mudou, encontrávamo-nos nos intervalos das aulas, para passearmos e até para irmos lanchar juntos numa pastelaria, mantínhamos longas conversas e... O tempo foi passando e já passaram muitos e muitos anos, muitas coisas aconteceram entre nós da nossa união surgiu uma família. Que tem perdurado no tempo, a família foi aumentando até ser composta por cinco elementos, hoje já é maior pelas ramificações que os filhos acrescentam. Hoje dou por mim a fazer um balanço dos dias, semanas, anos, segundos, minutos e horas que dedicamos um ao outro. Foi bom, foi óptimo e mesmo no tempo presente, tenho a certeza que não mudaria nada, mesmo que tivesse uma varinha de condão, não houve só alegrias, também houve contratempos é natural também faz parte do percurso da nossa vida. Também já testemunhámos muitas partidas rumo á eternidade de amigos e entes queridos. Partilhámos sorrisos e alegrias, lágrimas e tristezas. Ontem éramos jovens caminhando lado a lado, hoje os nossos passos continuam trilhando caminhos em função de nós e da nossa família e tudo fazemos para manter a harmonia, a alegria, a paz e o amor que nos une.
LuzG

DECISÕES

Conto
Caminho, numa estrada, estou só, à minha direita oiço movimentos que me causam temor, mas sigo em frente. Sombras dançam um pouco mais à frente, encolho os ombros é apenas o vento que resolveu pregar-me uma partida, murmurando segredos por entre as árvores. As árvores batem com os ramos umas nas outras, parecem tão zangadas, mas apesar de sentir medo sigo em frente, caminhando cautelosamente. De repente o vento cessa e o silêncio é rei e senhor, paro à escuta de algum som, mas nada, não se ouvem pássaros a chilrear, nem sequer uma cigarra. Se anteriormente os meus receios centravam-se na escuta de sons desconhecidos, agora o silêncio tornou-se mais ameaçador, parece que já passou muito tempo e eu não avanço nem recuo. Depois de inspirar fundo decido seguir em frente na estrada deserta, de repente lembro-me que ainda não investiguei o lado direito e de imediato olho para esse lado e está lá um homem no meio do mato que me diz; “pst, pst, menina vem cá que eu dou-te uns doces”. Fico tentada eu até gosto muito de gulosices, mas de repente lembro o que a minha mãe sempre me disse; “filha não te aproximes de desconhecidos, nem aceites nada de estranhos, olha que é muito perigoso, há pessoas muito ruins”. A seguir não caminho, corro com todas as minhas forças com o homem a perseguir-me e sempre a dizer-me; “anda cá não tenhas medo que eu não te faço mal”, mas eu sei que não é verdade, eu só o vi durante uns segundos e ele tinha cara de mau. Mas eu corri tanto e com tanta ligeireza, até parecia que ia rebentar, que por fim o homem mau ficou para trás e nunca mais o vi. Sempre a correr fui olhando à minha volta e comecei a reconhecer o caminho que já tinha feito em sentido contrário. Algumas horas antes tinha fugido de casa, por estarem sempre a ralhar-me, até parece que nem gostam de mim, sentia-me muito infeliz e queria que a minha família sofresse por eu ter desaparecido e nunca mais saberem de mim... Continuei a caminhar muito depressa, olhando para todos os lados para ver se alguém me espiava e dei por mim a pensar que o mundo é assustador e percebi que eu ainda não estou preparada para partir à aventura, ainda sou muito pequena. Depois de pensar muito, decidi voltar para a minha casa e conversar com os meus pais, dizer­-lhes que estou arrependida de ter fugido e se calhar quando eles me aconselham até têm razão e estão-me a ensinar para quando eu for grande saber tanto como eles.
LuzG

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

IMPULSIVIDADE/PRUDÊNCIA

Observação/Reflexão
Há algum tempo estava a apreciar a paisagem que se avista de uma janela e a curta distância está situado um monte, chamam-lhe o Monte da Cabeça Gorda, tem uma vertente bastante a pique, (a que eu consigo ver) e nesta época, em pleno Verão tem a cor de caramelo, pois a vegetação rasteira está toda seca. No cimo da vertente oposta à que me é visível surgiram dois rapazes montados em bicicletas. Um deles tinha vestido uma tshirt vermelha, o outro vestia uma azul. Os jovens desmontaram e apreciaram a paisagem, gesticulando animadamente, falavam e atiravam pedras, aparentemente a ver quem conseguia atingir uma maior distância. Até que por fim consideraram o declive da vertente que eu vejo bem e na qual há aventureiros que fazem subidas e descidas de moto4. Após avaliação de cálculo de risco, cada um optou por descer de forma diferente, o rapaz de vermelho, montou a sua bicicleta e iniciou a descida bem a pique todo garboso, o rapaz de azul iniciou a descida levando a bicicleta à mão e tendo muito cuidado de verificar se era seguro avançar e de um modo lento foi descendo passo a passo. A meio da encosta há uns sulcos profundos causados por moto4 e o rapaz de vermelho bem depressa lá chegou, vinha com tanta velocidade que foi um milagre ter conseguido travar sem ter dado uma valente queda. A partir desse ponto teve que desmontar e desceu muito lentamente com a bicicleta pela mão e mesmo estando a alguma distância, percebi que ele estava com receio. O rapaz de azul chegou ao mesmo ponto, observou bem a inclinação e a distância que lhe faltava percorrer até chegar ao terreno plano e “ala moço que se faz tarde”, montou na sua bike e em um minuto chegou abaixo à base da encosta, onde ficou, atento às dificuldades do companheiro e à sua espera. O rapaz de vermelho após o contratempo da sua descida abrupta seguiu o restante trajecto com a bicicleta pela mão e demorou imenso tempo. Quando chegou ao pé do colega, ainda teve que recobrar o fôlego. Findo o descanso, os dois montaram novamente nas bicicletas e seguiram pedalando, fazendo cavalinhos e ziguezagues com as mãos no ar, pareciam alegres e felizes de terem vencido aquele DESAFIO... cada um à sua maneira superou os obstáculos que foram experienciando. Ao observar aqueles dois jovens dei por mim a pensar que um deles era prudente e apesar de ao princípio ter feito um esforço maior acabou por ser o primeiro a conseguir ultrapassar as dificuldades. O que parecia que para ele tudo era fácil, acabou por aprender que ser afoito nem sempre é o melhor, pois para ele acabou por ser mais penoso. Estas atitudes observam-se amiúde em muitas pessoas que julgam que são os melhores, no entanto chegam outros que com cuidados vencem os desafios e não se envaidecem, porque sabem que só com empenho e força de vontade conseguem ultrapassar os obstáculos que se lhes deparam no caminho.
LuzG